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terça-feira, 12 de julho de 2011

Conheça a doença hepática gordurosa: cada vez mais comum, ela pode te deixar louco

A primeira vez que Wilson Alvarado se perdeu no caminho para um parque próximo de sua casa, disse à esposa Patricia para não se preocupar: ele estava com 62 anos, só ficando um pouco esquecido.

O parque era muito perto de casa e Wilson passava por lá toda semana há mais de 30 anos. Em seguida, Wilson se perdeu novamente no caminho para o parque. Poucos meses depois, ligou do supermercado perguntando por que estava lá.

A primeira coisa que todo mundo pensa é: talvez realmente ele só esteja ficando velho, esquecendo coisas. Ou pode ser demência, Alzheimer…

Enfim, foi fácil ignorar os lapsos de memória de Wilson até vários anos mais tarde, quando a situação atingiu um ponto crítico: ele estava visitando parentes em Porto Rico, quando Patricia recebeu um telefonema de seu primo dizendo que Wilson estava no hospital porque falava coisas “sem sentido” e estava agindo de modo agressivo.

Ele voltou pros EUA e os médicos disseram que uma doença no fígado era a culpada pelo comportamento de Wilson. Ele tinha cirrose, assim como os alcoólatras, mas no seu caso, a gordura, e não o álcool, a tinha causado. Acima do peso e com muita gordura no fígado, Wilson eventualmente “ficou louco”.

Um terço dos americanos está acima do peso ou é obeso, e os médicos dizem que estão vendo cada vez mais pacientes como Wilson Alvarado. Segundo o Dr. William Carey, hepatologista, ninguém sabia que a doença existia há 30 anos, e agora é a doença de fígado mais comum nos Estados Unidos.

Cerca de um terço da população dos EUA tem doença hepática gordurosa não alcoólica. A maioria dessas pessoas – cerca de 80% – não desenvolve doença hepática significativa. Os outros 20% irão desenvolver uma doença chamada esteato-hepatite não alcoólica. Destes, cerca de 20 a 30% irão desenvolver cirrose e o estágio final da doença do fígado, onde o único tratamento é o transplante do órgão.

A esteato-hepatite não alcoólica é muitas vezes silenciosa. Algumas pessoas têm dor no lado direito de seu abdômen, mas a maioria não. Testes de enzimas hepáticas são, por vezes, normais, e até mesmo ultrassom e tomografia computadorizada nem sempre descobrem a doença.

Os sintomas são poucos e distantes entre si. Mesmo os médicos podem nem notar. Muitas vezes os sintomas não aparecem até que a doença progrida. Às vezes, o primeiro sinal é um estômago ou tornozelo inchados, ou vômito com sangue.

Alguns pacientes, como Wilson Alvarado, desenvolvem mudanças no cérebro, chamada encefalopatia hepática. Conforme a doença progride, o fígado tem dificuldade em filtrar toxinas, que podem ir para o cérebro e causar problemas como lapsos de memória, dificuldade de dormir à noite e falta de coordenação.

As pessoas podem achar que o paciente está louco; os comportamentos podem ser bizarros. Médicos contam que pessoas colocaram sua roupa na geladeira, não conseguiam lembrar a festa que tinha acabado de acontecer naquele mesmo dia, entraram no chuveiro com água fervente e não conseguiam descobrir como desligá-lo; eles podem tentar vender a sua casa por 100 reais ou caminhar ao redor do bairro sem roupa.

Já que é tão difícil descobrir essa doença, como fazer para preveni-la? Segundo os médicos, se um paciente perde peso, come melhor e se exercita, muitas vezes pode reverter a doença em seus estágios iniciais. No entanto, no momento em que a doença já avançou ao ponto de cirrose, geralmente é irreversível.[CNN]







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