11/04/2011 - 22h34
(para proteger quem?)
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DO RIO
A Justiça do Rio decretou nesta segunda-feira a quebra do sigilo eletrônico de Wellington Menezes de Oliveira, 23, que atirou contra alunos da escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste), matando 12 deles na quinta-feira (7).
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A partir da autorização judicial, a polícia do Rio começou a analisar os e-mails recebidos e enviados pelo atirador, além de suas conversas por meio de mensagens instantâneas e redes sociais.
As investigações mostraram que Wellington tinha contato com pelo menos seis pessoas por meio de MSN (serviço de mensagens instantâneas da Microsoft). A polícia Civil também analisa diversos papéis apreendidos em sua casa, em Sepetiba (zona oeste), para traçar o perfil psicológico do atirador e esclarecer a motivação do ataque.
Rafael Andrade/Folhapress | ||
Carro da PM vigia casa onde morava irmã de atirador de Realengo para evitar novos atos de vandalismo |
CARTAS
Em anotações exibidas ontem no "Fantástico", da TV Globo, o atirador pôs a culpa pelo massacre nos que o humilharam na escola na adolescência.
"Muitas vezes, aconteceu comigo de ser agredido por um grupo e todos os que estavam por perto debochavam, se divertiam com as humilhações que eu sofria sem se importar com meus sentimentos", escreveu ele.
"Não sou eu o responsável pela morte de todos", prosseguiu. A culpa, de acordo com o atirador, é dos que "se aproveitam da bondade ou da inocência de um ser".
Ricardo Moraes-10.abr.11/Reuters | ||
Pessoas prestaram homenagem no domingo em Copacabana às vítimas do massacre em uma escola municipal |
MASSACRE
A tragédia ocorreu por volta das 8h30 do dia 7 de abril, após Wellington entrar na escola onde cursou o ensino fundamental e dizer que buscaria seu histórico escolar. Depois, disse que daria uma palestra e, já em uma sala de aula, começou a atirar nos alunos.
Relatos de sobreviventes afirmam que ele mirava na direção nas meninas. Uma das alunas contou aos policiais que, ao ouvir apelos para não atirar, Oliveira mirava na direção delas, tendo como alvo a cabeça.
Os policiais informaram ainda que, pelas análises preliminares, há indicações de que Oliveira treinou para executar o crime.
Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial Márcio Alexandre Alves relatou que Oliveira chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam escondidos. O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira se matou com um tiro na cabeça.
A motivação do crime será investigada. De acordo com a polícia, o atirador usou dois revólveres e tinha muita munição. Além de colete a prova de balas, usava cinturão com armamento. Em carta (leia íntegra aqui), o criminoso fala em "perdão de Deus" e diz que quer ser enterrado ao lado de sua mãe.
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