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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Testemunha de processo contra fundador da Gol é baleado em Brasília


João Marques dos Santos havia confessado participação em dois crimes, supostamente a mando de Nenê Constantido, fundador da companhia aérea

23 de fevereiro de 2011 | 9h 03
Vannildo Mendes, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Testemunha chave contra o empresário Nenê Constantino, fundador da Gol Linhas Aéreas - acusado de mandar matar um líder comunitário e atentar contra a vida do genro - o ex-empregado João Marques dos Santos sofreu atentado a bala e está internado num hospital de Brasília sob proteção policial.

Santos havia confessado participação nos dois crimes, supostamente a mando do patrão e tem depoimento marcado para o próximo dia 1º de março no Fórum de Taguatinga, unidade administrativa do Distrito Federal. Ele foi atingido por três tiros - dois na barriga e um na perna - na última sexta-feira, na porta de casa, em Águas Lindas (GO), cidade do entorno do Distrito Federal. Os agressores ainda não foram capturados.

A polícia e o Ministério Público investigam se o atentado foi cometido a mando do empresário, como apontam os primeiros indícios. Testemunhas e familiares disseram que o ex-empregado de Nenê vinha sofrendo ameaças nos últimos dias para mudar o depoimento. Ouvido hoje pelo promotor Bernardo Urbano, Santos disse que o autor dos disparos seria o policial civil Nogueira, afastado das funções por envolvimento em crimes. Ele estava hospedado na casa de um comerciante de Águas Lindas, Reginaldo Costa.

Há duas semanas, Nogueira e Reginaldo fizeram-lhe uma visita ameaçadora em companhia de Vanderlei Batista da Silva, capataz de Nenê e também réu no processo do atentado contra o genro do empresário. Na ocasião, segundo relato de Santos, o capataz lhe perguntou de forma incisiva se não iria mudar o depoimento do dia 1º. Ele disse que não.

Na última sexta-feira, Nogueira foi de novo à casa de Santos, na caminhonete F-200 pertencente a Reginaldo, dirigida por um terceiro, ainda não identificado. Santos saiu à porta com o filho caçula no colo e, ao colocá-lo no chão para conversar, foi atingido pelo primeiro disparo. Ele tentou correr, mas foi atingido por mais dois tiros e tombou. Apesar da gravidade dos ferimentos, Santos está fora de perigo e será incluído no programa de proteção a testemunhas. Ele está internado com nome falso por medida de segurança.

O depoimento do dia 1º deve ser mantido e desperta muito interesse dos investigadores porque Santos admitiu que fazia serviços de pistolagem para Nenê há vários anos. Ele disse ter participado de oito assassinatos, entre os quais o do líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, morto com três tiros em outubro de 2001. Brito comandava um grupo de cem pessoas que ocupou o terreno em que está a garagem de ônibus da viação Planeta, pertencente a Nenê, em Taguatinga.

O empresário tentava expulsar os ocupantes e chegou a ameaçar pessoalmente o líder, que teve a casa incendiada meses antes de ser morto. Quando prestava depoimento por esse crime, em dezembro passado, o empresário recebeu voz de prisão, decretada pela justiça por conta da tentativa de assassinato do genro Eduardo Queiroz.

Em processo de separação litigiosa da filha de Nenê, Queiroz havia levado à polícia provas de que o fundador da Gol seria o mandante do assassinato do líder comunitário. Quando saia da sua empresa, em 5 de junho de 2008, ele foi seguido por um homem, que descarregou o revólver contra seu carro em movimento, mas nenhum dos tiros o atingiu. Preso, o ex-policial militar José Humberto Cruz confessou ser o autor dos disparos.

O advogado Marcelo Bessa nega que o empresário tenha envolvimento no atentado a Santos ou em qualquer dos crimes a ele atribuídos. A Gol, por sua assessoria, informou que não comentará as acusações porque Nenê está formalmente desligado da companhia desde 2001 e sequer faz parte do seu conselho. A empresa entende também que se trata de uma questão estritamente pessoal e familiar de Constantino.


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Gol tem lucro de R$132,2 milhões no 4o trimestre

23 de fevereiro de 2011 | 8h 52
REUTERS

SÃO PAULO - A companhia aérea Gol anunciou nesta terça-feira que encerrou o quarto trimestre de 2010 com lucro líquido de 132,2 milhões de reais, queda de 66,8 por cento em relação ao mesmo período de 2009.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e leasing de aeronaves (Ebitdar) da segunda maior empresa aérea do país nos três últimos meses de 2010 somou 475 milhões de reais, avanço de 63,8 por cento. A margem no período passou de 17,9 para 25,4 por cento.

No ano, a companhia teve lucro líquido de 214,2 milhões de reais ante 890,83 milhões de reais em 2009. O Ebitdar somou 1,53 bilhão após 1,2 bilhão de reais no ano anterior.

A receita líquida da empresa aérea cresceu 15,6 por cento no quarto trimestre, na comparação anual, para 1,87 bilhão de reais. Os custos e despesas operacionais, enquanto isso, somaram 1,61 bilhão de reais, 7,3 por cento acima do registrado um ano antes.

O caixa da Gol no final de dezembro era de 1,956 bilhão de reais, crescimento de 41,5 por cento sobre o total do quarto trimestre de 2009.

Em janeiro, a empresa divulgou que espera uma desaceleração na demanda brasileira por transporte aéreo neste ano e estabilidade no preço médio de passagens na comparação com 2010. A empresa estimou alta de 10 a 15 por cento na demanda depois de crescimento a taxas acima de 20 por cento no ano passado.

(Por Alberto Alerigi Jr.)






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