30 de setembro de 2010 • 00h05 • atualizado às 00h11
Com discursos rápidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o comício que realizou na noite desta quarta-feira (29), em Aracaju, para lembrar ao povo sergipano o motivo que levou a escolha da candidata à presidência pelo PT, Dilma Rousseff, que não esteve presente ao evento. "Acredito que está na hora de dar uma chance a uma mulher. Nós não precisamos ser governados e, sim, cuidados, assim como uma mãe cuida dos seus filhos".
Lula questionou a competência dos outros candidatos à presidência da República. "Conheço todos há mais de 30 anos: Serra (PSDB), Marina (PV), Plínio (PSOL), e posso garantir que nenhum deles acumularam a competência administrativa que a Dilma acumulou no meu governo. Essa mulher tem uma vasta experiência e é lutadora. Eu não seria doido de indicar alguém que eu não confiasse. Volto para casa e sei que deixarei vocês em boas mãos", afirmou.
Lula também teceu elogios ao presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, que é sergipano e esteve presente ao comício. "Quando eu indiquei Dutra à presidência à Petrobras em 2003, muita gente dizia: 'o que é o Lula vai fazer! Não vai dar certo'. Quando esse homem chegou a Petrobras tinha um valor de mercado de 13 bilhões de dólares. Oito anos depois esse valor é apenas de 200 trilhões de dólares¿.
O presidente criticou a concessão de 13º salário a beneficiários do programa Bolsa Família que o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, José Serra, está prometendo em campanha. "Quando criamos o Bolsa Família a oposição disse que era esmola e agora na maior cara de pau estão prometendo o 13º para o programa. Eles pensam que somos eleitores bobinhos de anos atrás", disse.
Lula destacou ainda o fim das filas do INSS nos Estados. "Quanto tempo tem que vocês não vêem estampados nos jornais de Sergipe, as filas enormes do INSS. Criamos o 135 para que a pessoa possa marcar uma consulta com o perito em menos de cinco minutos. Antes, o trabalhador levava dois anos para conseguir uma aposentadoria, hoje ele se aposenta em 30 minutos", comemorou.
Déda
O comício, que reuniu milhares de militantes, foi organizado com o intuito de puxar votos para o candidato à reeleição ao Governo de Sergipe e líder das pesquisas, Marcelo Déda (PT), e para fortalecer a candidatura de Dilma Roussef no Estado. Déda exaltou a candidata Dilma e ressaltou que "Lula mudou o Brasil, mas essa transformação não foi apenas em quatro anos. Ele precisou oito anos para fazer a mudança completa no nosso país e é disso que eu preciso para continuar mudando Sergipe".
Lula fala sobre 'Mensalão' e 'medo' da oposição de derrubá-lo do poder
Redação SRZD | Nacional | 23/09/2010 17h44
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou em entrevista ao site "Terra", publicada na manhã desta quinta-feira, sobre assuntos como o escândalo do "Mensalão", que aconteceu em 2005, de uma possível tentativa de adversários de derrubá-lo do poder e sobre a imprensa.
Lula classificou o ano de 2005 como um dos piores momentos de seu governo, em que, para ele, houve "muita, mas muita, muita dificuldade". Ele citou situações passadas da política brasileira. "Foi um momento (ano de 2005) em que os setores conservadores deste país tentaram repetir Getúlio Vargas, tentaram repetir João Goulart, tentaram repetir Juscelino (Kubitschek). Porque mostra-se a parte boa de Juscelino, mas não mostra que diziam: 'Juscelino não pode ser presidente' (...)".
Porém, ao ser questionado sobre uma tentativa de golpe de fato, o presidente se esquivou e disse que "tinha uma diferença" dos casos que ele citou. A diferença seria o "medo", por parte da oposição, do que iria acontecer caso o golpe tivesse sucesso. Para Lula, "eles não sabiam da força que eu tinha na rua".
Imprensa e partidos
O presidente falou sobre uma possível posição partidária que poderia ser assumida pela imprensa. "(...) a imprensa brasileira deveria assumir categoricamente que ela tem um candidato e tem um partido, que falasse. Seria mais simples, seria mais fácil. O que não dá é para as pessoas ficarem vendendo uma neutralidade disfarçada. Muitas vezes fica explícita no comportamento que eles têm candidato e gostariam que o candidato fosse outro".
Internet e futuras mídias
Segundo Lula, é uma "necessidade" se discutir futuro das telecomunicações e de um "novo marco regulatório" para o setor. "Ninguém tinha a dimensão há 15 anos atrás do que seria a internet hoje. Ninguém tinha. Ninguém tem a dimensão ainda do que pode ser a TV digital. E a pluralidade que ela pode permitir de utilização dos canais de televisão. Então, discutir isso é uma necessidade da nação brasileira."
Liberdade de expressão e poder dos meios de comunicação
Sobre a crítica que recebe sobre a falta de liberdade de expressão, Lula questionou se há algum outro país com mais liberdade de expressão do que o Brasil. O presidente também falou sobre o poder da mídia nas mãos de poucas famílias. "(...) Nós temos nove ou dez famílias que dominam toda a comunicação desse País. A verdade é essa. A verdade é que você viaja pelo Brasil e você tem duas ou três famílias que são donas dos canais de televisão. E os mesmos são donos das rádios e os mesmos são donos dos jornais…".
Reforma política
Lula afirmou que mudanças não podem ser feitas pelo presidente e sim por partidos políticos. De acordo com Lula, ele já enviou propostas de reforma - regulamentação do financiamento de campanha e fidelidade partidária -, mas que não foram votadas. "E do jeito que os partidos se comportam parece que a gente tem um monte de partidos , todos criticando, sabe, a legislação que regulamenta a política no Brasil. Todo mundo quer uma reforma política, mas ninguém mexe. Porque desagrada a muita gente".
Tiririca, Romário, Bebeto como candidatos
O presidente não tem certeza se a votação nesses candidatos seja forma de protesto. Segundo Lula, o humorista Tiririca representa parcela da sociedade. Para o presidente, o "Congresso está melhor representado" atualmente com políticos de diferentes profissões do que antes, quando só havia advogado, empresário, funcionário público e professor. "Se eles trabalharem corretamente, serão valorizados. Se as pessoas não trabalharem corretamente, no próximo mandato cairão fora como já provou a história da humanidade e aqui neste país".
Eleições
O esforço de Lula na campanha de sua candidata à presidência, Dilma Rousseff, também foi assunto na entrevista. De acordo com Lula, todo presidente precisa trabalhar para eleger seu candidato. "(...) sucessor é uma das prioridades de qualquer governo para dar continuidade a um programa que você acredita que vai acontecer. (...) Seria inexplicável para a sociedade se eu entrasse numa redoma de vidro e falasse: olha, aconteça o que acontecer nas eleições, o presidente da República não pode dar palpite. Mas nem para escolher o Papa acontece isso".
Absurdo completo: Lula diz que mensalão foi golpe da oposição
Em 16/11/2009
Este blogueiro que vos fala sempre bate na mesma tecla neste Perspectiva Política: Aqui critica-se o que tem que ser criticado e elogia-se o que deve ser elogiado. O critério é sempre baseado em pontos como a legalidade, a moralidade, o interesse público e a economicidade.
Foi construída assim a grande credibilidade do Perspectiva Política. O blog e este que vos fala, por ser seu autor e editor, são elogiados por pessoas que são desde petistas até tucanos, desde desenvolvimentistas até ambientalistas, desde esquerdistas até direitistas. O grupo eclético de colunistas do blog contribui muito para tal.
Pois bem. Digo isso tudo para afirmar que não possível para este blog entender nada a respeito de o Presidente Lula ter dito que o mensalão foi um “golpe da oposição” que não seja a visão de que é um absurdo completo, gigantesco, paquidérmico.
Ora, que vergonha! Como pode o Presidente da República ter a coragem de dizer algo desse tipo? Esta declaração é conivente com as más práticas políticas e, para completar, falta com a verdade. Ainda insulta, obviamente, nossa inteligência, afinal, querer que o povo brasileiro creia que não houve mensalão é acreditar que a população nacional é um coletivo de boçais e nada mais.
Como fica o reconhecimento de que houve mensalão por parte do importante petista e ex-Presidente da Câmara Arlindo Chinaglia? Onde ficam escondidos os indícios e as provas?
Vale ainda citar que Lula, ainda por cima, teve a coragem de dizer que Marcos Valério foi infiltrado no PT pelo PSDB.
Ora, está claro que não foi isso que ocorreu, porém, se tivesse ocorrido, isso não justificaria em momento algum que os petistas tenham aderido aos planos vergonhosos do publicitário.
Em resumo, o Presidente da República provocar a oposição sem mais nem menos é algo equivocado por si só, mas Lula o faz com as declarações que deu. Além disso, afirmar que não existiu algo que nitidamente aconteceu é um desrespeito com o cidadão brasileiro e, pior, uma mentira.
É isso. A palavra é forte mas é necessária. Negar que existiu mensalão é mentir. E o Presidente da República Federativa do Brasil mentir ao povo que comanda é um absurdo completo.
O Perspectiva Política não poderia nunca deixar de criticar duramente o que Lula disse.
- Sidney Rezende: 'Política brasileira finalmente esquenta'
Lula confirma aviso sobre o mensalão Em documento enviado ao STF, presidente admite que soube, durante conversa com o ex-deputado Roberto Jefferson em 2005, do pagamento a deputados aliados
Alana Rizzo
Tiago Pariz
Publicação: 13/04/2010 08:20
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula admitiu pela primeira vez que teve conhecimento do mensalão durante reunião com o presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), no primeiro semestre de 2005. No Ofício nº 57/2010 encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, incluído na Ação Penal nº 470, que investiga o repasse financeiro a partidos da base aliada, Lula também reconheceu a possibilidade de ter sido feito um acordo financeiro entre o PT e o antigo PL (hoje PR) na campanha eleitoral de 2002.No documento, Lula gasta o maior número de linhas para explicar o encontro com Jefferson. Limita-se a fazer um relato da reunião, na presença dos ex-ministros Aldo Rebelo, Walfrido dos Mares Guia, e dos deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), José Múcio Monteiro (PTB-PE) e o próprio Jefferson. Lula disse que foi feita uma menção ao assunto %u201Crepasse de dinheiro para integrantes da base aliada do governo federal na Câmara dos Deputados%u201D.
Posteriomente, o presidente disse que foi informado de uma reportagem publicada no Jornal do Brasil em 2004 que resultou na abertura de dois procedimentos na Câmara, um deles teria sido enviado ao Procurador-Geral da República. Detalhes específicos do encontro ou sua reação no momento foram poupados pela defesa. Essa pergunta de número 22 desdobrou-se em outras três. Duas não tiveram resposta por Lula ter considerado %u201Cprejudicada%u201D. E, na outra, disse não se lembrar de ter tomado conhecimento do %u201Cmensalão%u201D por outra pessoa que não Roberto Jefferson. Na questão 28, quando o Ministério Público Federal (MPF) especifica a pergunta sobre se o PT repassava dinheiro aos aliados, o presidente disse não ter tido conhecimento, somente por meio da imprensa.
Lula negou ter conversado sobre o esquema antes da eclosão do escândalo com os principais envolvidos %u2014o deputado cassado José Dirceu, o ex-tesoureiro Delúbio Soares, o ex-presidente da legenda José Genoíno (SP), o ex-secretário-geral Silvio Pereira e o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha. O presidente, porém, joga para a antiga direção partidária a responsabilidade por acordos com o PL.
%u201CAcredito que as questões financeiras ou de mútuo apoio eleitoral foram tratadas pelas respectivas direções dos partidos%u201D, respondeu o presidente à pergunta 10 do MPF, que elaborou 33 questões: %u201CEm termos financeiros, no que concerne à relação que seria estabelecida entre o PL e o PT durante a campanha eleitoral, qual foi a configuração final do acordo?%u201D
Segundo o antigo presidente do PL deputado Valdemar Costa Neto (SP), o acordo eleitoral em 2002 só saiu porque o PT comprometeu-se a repassar R$ 10 milhões à campanha com aval de Lula numa reunião, em Brasília, que ocorreu no apartamento do deputado Paulo Rocha (PT-PA). O dinheiro foi pago em parcelas no total de R$ 6,5 milhões, depois que o governo havia sido formado.
O presidente confirma ter havido essa reunião na fase final da formação de chapa. %u201CRecordo-me de estarem presentes ao menos o vice-presidente José Alencar e os presidentes do Partido Liberal e do Partido dos Trabalhadores e de que a reunião transcorreu de forma amistosa%u201D, escreveu Lula em resposta à pergunta 9.1. O presidente nega, no entanto, que tenha sido informado por Valdemar do empréstimo para financiar a campanha.
Lula acaba também com uma antiga dúvida durante o escândalo. Ele foi explícito ao negar ter conhecido o publicitário Marcos Valério, considerado operador do mensalão, e também rejeitou um suposto encontro na Granja do Torto.
Acordo
Nas 15 páginas de respostas, Lula também desconhece qualquer ilícito em relação à votação da reforma da Previdência. Segundo ele, foi fruto de acordo com os 27 governadores. Na linha das respostas da presidenciável e ex-ministra Dilma Rousseff e do deputado Antonio Palocci (PT-SP), Lula afirmou não ter havido nenhum pedido para qualquer tipo de vantagem durante as votações no Congresso.
O presidente respondeu NÃO sei às questões 13 e 14 sobre o tamanho da dívida remanescente do comitê de campanha de 2002 e ou com o marqueteiro Duda Mendonça. Lula preferiu adotar a mesma estratégia dos petistas durante o escândalo: jogou no colo de Delúbio Soares a responsabilidade pelas negociações. O ministro Joaquim Barbosa recebeu o documento da Casa Civil na última quinta-feira e ainda não analisou as respostas. As defesas terão um prazo para se manifestar.
O número
39
Quantidade de réus no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal
Sem ajuda a Dirceu
O presidente Lula não se comprometeu com a defesa do deputado cassado José Dirceu (PT) no processo do mensalão, que corre no Supremo Tribunal Federal. Em resposta encaminhada ao ministro Joaquim Barbosa, Lula não soube detalhar se Dirceu tratou de dinheiro na campanha de 2002. %u201CNão sei se tratava de assuntos financeiros diretamente%u201D, respondeu o presidente a uma das questões elaboradas pelo MPF. Segundo denúncia feita pelo então presidente do PL (hoje PR), deputado Valdemar Costa Neto (SP), Dirceu deu aval ao acordo de R$ 10 milhões que seriam repassados pelo PT durante a campanha. Em 26 de março, o Correio mostrou que José Dirceu queria o aval de Lula na sua defesa no STF.
O presidente apenas corroborou a informação que Dirceu deixou de ter papel direto na legenda quando ele se tornou chefe da Casa Civil no começo do governo. %u201CCreio que José Dirceu se afastou da administração interna do PT antes de ter assumido o cargo de ministro%u201D, respondeu. O presidente jogou para o partido a responsabilidade de ter indicado Dirceu, Delúbio Soares e o deputado João Paulo Cunha, respectivamente coordenador, tesoureiro e coordenador do grupo de trabalho eleitoral em 2002. %u201CA decisão referente à estrutura da campanha presidencial foi do PT%u201D, afirmou. Lula descartou ter sido informado por Valdemar que o PT não honrou o compromisso financeiro fechado na negociação eleitoral. (TP e AR)
ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu pela primeira vez que sabia da existência do mensalão durante o seu governo. No texto incluído na ação penal que investiga o repasse financeiro a partidos da base aliada, Lula reconhece que teve conhecimento da prática durante uma reunião com o presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), no primeiro semestre de 2005. As informações são do jornal Correio Braziliense.
No documento, Lula diz que a reunião contou com a presença dos ex-ministros Aldo Rebelo e Walfrido dos Mares Guia e dos deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), José Múcio Monteiro (PTB-PE), além de Jefferson. Segundo o presidente, foi mencionado o assunto "repasse de dinheiro para integrantes da base aliada do governo federal na Câmara dos Deputados". Lula negou ter conversado sobre o esquema antes de o escândalo vir à tona com os principais envolvidos - o deputado cassado José Dirceu, o ex-tesoureiro Delúbio Soares, o ex-presidente do PT José Genoíno (SP), o ex-secretário-geral Silvio Pereira e o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP). Lula negou ainda ter conhecido o publicitário Marcos Valério, acusado de ser o operador do mensalão, e também rejeitou um suposto encontro na Granja do Torto.
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