Plantão | Publicada em 26/08/2010 às 08h38m
Rodrigo FonsecaRIO - Quase dois anos após assumir publicamente sua luta contra a dependência química, o ator Fábio Assunção vai voltar às telas com "Bellini e o demônio", de Marcelo Galvão, que estreia esta sexta. Escalado para interpretar o vilão de "Insensato coração", novela de Gilberto Braga que substituirá "Passione" no horário nobre da Rede Globo, Fábio já rodou outro longa: "O país do desejo", de Paulo Caldas, no papel de um padre envolvido num embate ético com a Igreja. Mas o namoro de Fábio com o cinema envolve também a direção. Ele já está trabalhando no roteiro de seu primeiro longa-metragem como cineasta, que espera filmar em 2012. Nesta entrevista, ele dá detalhes de suas ambições como realizador.
Em que pé está a preparação do filme que você vai dirigir? Acabou o roteiro?
FÁBIO ASSUNÇÃO: Depois de 20 anos como ator, sinto que já posso dar um passo para a direção. Comecei a escrever em parceria com o ator e dramaturgo Marcos Cesana (o Tavares da série "9mm: São Paulo"), mas ele morreu no início deste ano, vítima de um AVC. Fiquei na dúvida do que fazer com o roteiro, mas decidi retomá-lo do início, em parceria com a cineasta Deby Brennand, do Recife, onde acabei de filmar com o Paulo Caldas. Essa retomada do roteiro rendeu uma reestruturação bacana do projeto, que aborda uma relação entre pai e filho, entre outras questões.
E quando você filma?
Depois que terminar a novela do Gilberto Braga, que eu começo a gravar em outubro, em Florianópolis, caio no roteiro, finalizo o texto e tento levantar a captação, para filmar em janeiro de 2012, se tudo der certo.
"Bellini e o demônio" modifica completamente o perfil de seu personagem, o detetive particular Remo Bellini, em comparação com o primeiro longa, de 2001. Agora, ele voltou mais sombrio. Que desafios dramáticos Bellini te impôs?Retomar o papel de Bellini não é como se eu estivesse fazendo "007 - Parte 12". Do roteiro ao processo de filmagem, os dois filmes são radicalmente diferentes. É um personagem que, em sua aura de solidão, exige um mergulho em lugares do inconsciente que eu desconhecia.
E o que esse tipo de imersão te traz, como intérprete?Quando fiz "O país do desejo", eu me dei conta de que estava procurando ser econômico na minha interpretação, de um jeito que eu nunca tinha me preocupado em ser. Percebi que no cinema também tenho a possibilidade de ser autor daquilo que estou expressando. Conheço menos o teatro, mas vejo no cinema um terreno livre para criar, não só como intérprete. Escrevendo e dirigindo, eu tenho mais domínio do ponto de vista que quero expressar.
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