A mobilização internacional para impedir o apedrejamento da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, por acusação de adultério, ganhou mais um reforço nesta semana. No microblog Twitter corre a campanha “Liga Lula”, pedindo para que o presidente brasileiro entre em contato pessoalmente com o governo de Mahmoud Ahmadinejad e interceda pela iraniana.
O vídeo da mobilização, com a atriz Mika Lins, começa informando que, no Irã, ainda se matam maridos e mulheres infiéis. Sakineh, viúva e mãe de dois filhos, faz parte da lista de 16 iranianos que aguardam sua execução pelo mesmo crime.
Logo mais, atriz diz conhecer uma voz poderosa, “talvez a única” capaz de dialogar com Ahmadinejad: a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Liga, Lula, talvez você possa ajudar. Você é próximo do presidente de lá, não custa tentar.
O apelo a Lula vem do fato de que o Brasil tem adotado uma posição contrária às sanções patrocinadas pelos Estados Unidos, a Europa e a ONU (Organização das Nações Unidas) contra o Irã por seu programa nuclear.
Na campanha do Twitter, o internauta é direcionado para o site Avaaz, onde uma petição pode ser assinada contra a execução de Sakineh. Até agora, já foram recolhidas 541.452 assinaturas, e o objetivo é chegar a 600 mil petições.
Entre os famosos seguidores da campanha “Liga Lula”estão os brasileiros Marcos Mion, Serginho Groisman e Rafinha Bastos, além do milionário Bill Gates e a maior apresentadora da televisão americana, Oprah Winfrey.
Lei islâmica prevê penas que vão contra os direitos humanos
A morte por apedrejamento por adultério está na lei religiosa muçulmana, a sharia, detalhada no livro sagrado do Islã, o Corão. A legislação “olho por olho, dente por dente” ainda prevê chibatadas para várias infrações.
A oposição a esse tipo de pena ganhou força com o julgamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani. Sua prisão, em 2005, ocorreu porque ela teria uma “relação ilícita” com dois homens, segundo o regime. A pena inicial foram 99 chibatadas. O processo avançou e, no dia 27 de maio de 2007, Sakineh foi condenada à morte por adultério.
Pressionado por uma campanha internacional, o governo iraniano recuou na decisão, mas quatro dias depois, o ministro das Relações Exteriores, Manucher Mottaki, confirmou que a pena continua válida
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