3 de junho de 2010
Por Dani Telles
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A próxima série policial da Globo, Na Forma da Lei, estreia no próximo dia 15, apostando em uma outra forma de dramaturgia policial, mais investigativa e psicológica. Bem diferente de Força Tarefa, que termina na semana que vem, em que o forte são as cenas de ação protagonizadas pelo Tenente Wilson (Murilo Benício), um policial que investiga crimes cometidos por outros policiais. Na Forma da Lei está mais próxima de séries americanas como CSI, Law & Order, Cold Case.
Wolf Maya, o diretor da série, não esconde a inspiração. "Isso faltava aqui no Brasil", disse a VEJA.com. O que faltava? É o que Wolf chama de "um outro olhar". "Teremos cenas de perseguição, assassinato, tiros, mas não é essa a base da história. O grande mote é retratar como as pessoas envolvidas nesse dia a dia lidam com a situação, quais são suas aspirações, demandas e receios", resume.
O ícone desse modelo, no qual o herói invencível é substituído por um personagem mais humano e imperfeito, é o detetive Horatio (David Caruso), protagonista da série CSI. Vista por quase 20 milhões de espectadores, CSI retrata o dia a dia de uma equipe de peritos que solucionam casos complicadíssimos utilizando tecnologia de última geração. Mas o que conquistou o público foi o jeitão sensível e frágil, apesar da aparência, de Horatio, além de seus dramas pessoais.
São muitos os exemplos dessa geração "sensível" de policiais, detetives, advogados e congêneres. A bela detetive Lilly Rush (Kathlyn Morris), de Cold Case, tem um marido violento; a também linda Olivia Benson (Mariska Hargitay), de Law and Order, foi abusada sexualmente na adolescência; Jack Malone (Anthony LaPaglia), de Without a Trace, foi abandonado pela mulher, perdeu a custódia das filhas e engravidou uma colega. E algumas séries policias francesas ocupam mais tempo com os dramas pessoais, dilemas profissionais (e, claro, casos amorosos) de policiais e advogados do que com a investigação dos crimes.
História - Na trama da Globo, escrita por Antônio Calmon, um estudante de Direito (Eduardo - Thiago Fragoso) é morto numa briga, e o assassino (Maurício Viegas - Márcio Garcia) fica impune. Dez anos depois, cinco amigos, já profissionais experientes, se reencontram para tentar vingá-lo. São eles: a delegada Gabriela (Luana Piovani), a promotora Ana Beatriz (Ana Paula Arósio), o juiz Célio (Leonardo Machado), o advogado criminalista Edgar (Henri Castelli) e o jornalista investigativo Ademir (Samuel Assis). O desafio do grupo é desmascarar Maurício Viegas, que se tornou um serial killer depois de matar Eduardo, namorado de Ana Beatriz na faculdade.
A promotora vivida por Ana Paula Arósio faz o gênero fortaleza, embora nunca tenha superado inteiramente a marca dessa tragédia. Bem ao estilo CSI a delegada de Luana Piovani é durona, mas se derrete pelos dois filhos e enfrenta o desconforto do marido que cuida da casa enquanto ela persegue bandidos. "São duas mulheres lindas, mas não é a beleza delas que virá em primeiro lugar. São personagens sóbrios, que têm no seu trabalho o foco de suas vidas. São exuberantes, mas não terão nenhum sex appeal", afirma Wolf Maya.
A terceira beldade escalada para a série, que tem participações especiais de José Wilker e Paulo José, é Carolina Ferraz, no papel de Maria Clara, mulher do assassino. "Ela é uma mulher elegante, refinada. Ama o marido e, no meu entender, faz vista grossa para as atitudes dele. Finge não saber quem ele é de verdade, mas no fundo, sabe de tudo. Até que ponto ela vai sustentar isso é o que veremos", contou a VEJA.com no intervalo das gravações que aconteceram na terça-feira. Para Márcio Garcia, que interpreta Maurício, o serial killer da história, o grande barato é perceber as nuances do personagem: "O cara é um psicopata. Ele acha que o grande motivo de fazer tudo isso é a paixão por Ana Beatriz, mas na verdade não é nada disso. Ele mata porque tem prazer na coisa."