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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Completamente rendido ao excepcional talento de Alexandre Nero

Jorge Brasil

Jornalista apaixonado por carnaval, cinema e televisão, ele é redator-chefe da revista MINHA NOVELA e comenta aqui tudo o que rola de mais quente no universo das novelas.
sexta-feira, 7 de maio de 2010 por jorgebrasil

Alexandre Nero como Vanderlei, em A Favorita. Foto: TV Globo/Fabrício Mota

Estava decidido a continuar falando sobre Viver a Vida. Ainda tenho tanto a dizer sobre a trama de Manoel Carlos… Mas assistindo Escrito nas Estrelas fui atropelado pelo talento de Alexandre Nero. Sério! Paro o que estiver fazendo para prestar muita atenção ao trabalho minucioso desse curitibano de 40 anos de vida e três de carreira na TV. Isso mesmo: ele fez apenas o episódio de estreia da série Casos e Acasos, em 2007, e emendou três novelas: A Favorita (2008), Paraíso (2009) e, agora, Escrito nas Estrelas (2010). E sua versatilidade é impressionante. Quando surgiu na tela, como verdureiro Vanderlei, sinceramente não dei nada por ele. Achava uma interpretação correta, mas nem desconfiava do belo trabalho de composição que tinha ali. Só fui perceber isso quando o conheci na entrega do Prêmio Contigo de TV – 2008, em maio do ano passado, e descobri como Alexandre era diferente do Vanderlei.

Alexandre como Terêncio, em Paraíso. Foto: TV Globo/João Miguel Júnior

Logo em seguida, ele viveu o peão Terêncio, em Paraíso, e levei outro susto. Aquele homem cosmopolita tinha virado um roceiro perfeito, sem ceder nada para as facilidades do clichê. Tanto Vanderlei quanto Terêncio me provaram que Alexandre gosta de papéis em que precisa criar posturas corporais, timbres de voz e expressões muito características. E, por incrível que pareça, ele consegue utilizar todos esses recursos de atuação num personagem mais linear, como o vilão Gilmar, de Escrito nas Estrelas.

Alexandre como Gilmar, em Escrito nas Estrelas. Foto: TV Globo/Alex Carvalho

Em apenas um capítulo da deliciosa trama de Elizabeth Jhin, você pode notar as mais diferentes nuances que Alexandre emprega em seu papel. Gilmar anda sobre uma linha tênue que separa a comédia do drama com uma eficiência que dá vontade de aplaudir. Gilmar é ruim mesmo. Ambicioso no lado mais negativo que essa palavra possa ter. Usa a pobre Viviane (Nathália Dill) como se fosse um mero objeto na sua luta por ascensão social. Tem vergonha da mãe (Nica Bonfim) e humilha Sueli (Giovanna Ewbank) com requintes de crueldade. Em breve, o safado vai destilar toda sua maldade a torto e a direito, e não quero perder isso de jeito nenhum.

Apesar de carregar a maldade na alma, Gilmar tem tiradas engraçadíssimas, um gestual ansioso, quase atrapalhado, que torna o papel leve. Adoro quando ele chama Viviane de burra. A palavra “burra” é dita de forma hilariante. Acredito que ele deva formar um triângulo de vilanias com Sofia (Zezé Polessa) e Beatriz (Débora Falabella) e imagino o que esses três vão aprontar na novela!

Transitar com tanta inteligência pela comédia e o drama é para poucos. E ele faz isso de forma genial. Não tenho dúvida em afirmar que está escrito nas estrelas que Alexandre Nero chegou para ficar. E para brilhar muito!



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