Mogi tem três mortos por gripe A

CLEBER LAZO

Mogi das Cruzes registrou mais dois casos de morte de pacientes com gripe A. Segundo o último levantamento divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, a Cidade conta agora com três mortes e outras 62 confirmações de mogianos que contraíram o vírus H1N1. Deste total, 34 são crianças, 20 mulheres (nove gestantes) e 11 homens.

Os casos recentes de falecimento são do estudante Weslen Souza Nunes, de 17 anos, que morreu na noite do último domingo, no Hospital Luzia de Pinho Melo, e de um menino de três anos de idade que entrou em óbito há duas semanas, no Hospital Saúde Guarulhos, uma instituição particular, localizado no município da Grande São Paulo.

A notificação do menor só chegou ao conhecimento da Vigilância Epidemiológica Municipal no último final de semana. O nome da vítima não foi divulgado. A morte ocorreu em 21 de setembro, mesmo dia da internação.

Já o corpo de Weslen Nunes foi velado na tarde de ontem, no Velório Municipal de Braz Cubas. O sepultamento aconteceu no Cemitério da Saudade, no Distrito. Familiares, amigos do Bairro onde ele morava, em Jundiapeba, e da Escola Estadual Cid Boucalt, onde o jovem estudava, lotaram o local.

Emocionada, a mãe de Weslen Nunes, Elisabete Souza Nunes, contou que ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde o último dia 19. "Foram 15 dias de muita angústia e tristeza", contou. Ela lembrou que o filho passou mal na tarde do dia 17 de setembro. "Como estava meio gripado, o levei para o Luzia (hospital). Lá, o médico receitou um dipirona e o mandou para casa", lembrou. No dia seguinte, ele voltou a sentir dores de cabeça e nas pernas e foi novamente ao Hospital. "Assim que a enfermeira o avaliou, foi encaminhado rapidamente para uma sala isolada. Ela disse que o ideal seria a UTI, mas não havia leito disponível. O médico garantiu que os sintomas eram de suspeita de gripe suína e que já entraria com a medicação Tamiflu", disse a mãe.

Durante o período em que permaneceu internado, os parentes contam que em nenhum momento houve a confirmação do contágio da nova gripe. "O exame que confirmou a infecção só saiu no domingo, às 15 horas da tarde, apenas duas horas antes da morte", afirmou o pai, Luiz Nunes Sobrinho. "Como podem tratar de um paciente se nem saber o que de fato ele tem? E os remédios que ele recebeu durante este tempo, quais efeitos tiveram?" questionou Luiz Nunes.

Elisabete descreveu que, enquanto estava no isolamento, do dia 17 ao 19, ela chegou a entrar na sala sem luvas, máscara ou qualquer outra proteção. "Não tive nenhum tipo de orientação. Minha intenção era ver meu filho, mas poderia estar colocando em risco a vida do meu marido e a dos meus outros meninos. Depois da morte dele, um médico disse que o vírus era tão forte que petrificou os dois pulmões. Eu poderia passar esta doença para eles", frisou.

Enfermidades

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que ambas as vítimas já sofriam de "outras enfermidades". O dado foi questionado pelos parentes e amigos de Weslen Souza. A mãe garantiu que o filho era saudável, tinha 1m90 de altura, praticava esporte aos finais de semana e levava uma vida saudável. A certidão de óbito indica que o estudante morreu de choque séptico, pneumonia, síndrome do desconforto respiratório agudo e gripe A. "Acredito que eles estejam omitindo muitos casos, porque as salas isoladas estavam cheias", avalia o pai do estudante.

Outra reclamação da família é a forma como o falecimento foi divulgado. "Fui visitá-lo por volta das 21 horas de domingo e o médico só me disse que o corpo estava no necrotério", disse Elisabete.

Disque-Câmara - 0800 619 619 - Telefone: (61) 3216-0000
Palácio do Congresso Nacional - Praça dos Três Poderes
Brasília - DF - CEP 70160-900 - CNPJ 00.530.352/0001-59

Todo o conteúdo desse blog é originalmente do Blog do Planalto e está licenciado sob a CC-by-sa-2.5:

Fale com o Ministério


disque saúde 0800 61 1997
Ministério da Saúde - Esplanada dos Ministérios - Bloco G - Brasilia / DF
CEP: 70058-900

Sphere: Related Content