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sábado, 19 de setembro de 2009

Festival do Rio marca a volta de Fábio Assunção

RIO - Passou a "tempestade", termo usado por Fábio Assunção há uma semana na entrevista para o "Fantástico" em que assumiu para o Brasil sua dependência química. É tempo de reinvenção para o ator, que, no próximo dia 28, promete surpreender a Première Brasil do Festival do Rio à frente de "Bellini e o demônio". Agendada para começar nesta quinta-feira, indo até 8 de outubro, a maior maratona cinéfila do país marca a volta de Assunção, que sumiu de cena em novembro de 2008, para se tratar em uma clínica de reabilitação, abandonando a novela das sete "Negócio da China" no meio do caminho. Sua volta tem causado forte expectativa. A julgar pela visceral interpretação dele para o detetive Remo Bellini, importado da literatura do titã Tony Bellotto, Assunção é um potencial candidato ao troféu Redentor de melhor ator de 2009.

- Passou-se quase uma década de espera entre este filme e "Bellini e a esfinge", que fizemos lá atrás, em 2000. E este "Bellini" tem cenas que são quase monólogos do estado de solidão do personagem, um cara que tem a maturidade do silêncio. Imagina a honra que seria ganhar um prêmio com ele - diz o ator paulista de 38 anos.

Clique e assista ao trailer de 'Bellini'

Assunção prometeu no "Fantástico" que não faria de seu desabafo sobre a experiência com drogas uma bandeira. Não voltou atrás.

" Estou completando 20 anos de carreira em 2010. Depois de 20 anos, você adquire um conceito próprio sobre a arte "

- Sei que me fez muito bem falar. Nunca tinha falado sobre o assunto e achei que, falando com consciência, eu evitaria especulações pela desinformação. Como eu estava voltando profissionalmente, com "Bellini" e com a minissérie "Dalva & Herivelto", que comecei a rodar na terça-feira, queria deixar claro que o meu mergulho no trabalho é o que tenho para mostrar ao meu público, não a minha vida pessoal - diz. - Sou apenas mais um cara que viveu um problema. Como o problema ficou exposto, tive que ser sincero.

É por sinceridade que Assunção assume o sonho de dirigir o roteiro de longa-metragem que está escrevendo neste momento. Ele descreve o projeto só como uma história de pai e filho, de narrativa não linear.

- Estou completando 20 anos de carreira em 2010. Depois de 20 anos, você adquire um conceito próprio sobre a arte. Quero contar essa história para expressar esse conceito. Mas não estou fazendo com o compromisso de que vire longa. Estou exercitando o prazer de escrever e, com ele, aprendo o significado dramático que cada cena tem em um filme - diz Assunção, que estaria ainda no Festival do Rio com "Do começo ao fim", de Aluizio Abranches.

Trailer-sensação no YouTube, por abordar o incesto entre dois irmãos homens, "Do começo ao fim" traz Fábio como o pai de um dos protagonistas. Como não ficará pronto no prazo para exibição na Première, ele saiu da competição, mas estreia em novembro.

- Tenho mais dois roteiros do Theodoro Fontes (produtor de "Bellini e o demônio") comigo, mas não tenho compromisso de filme algum fechado. Gostaria de que o meu papel no cinema fosse maior do que é. Estão rolando coisas muito legais no cinema brasileiro. Além do Cacá Diegues, do Ruy Guerra, do Bressane, que são referências dos anos 1960 e 1970, há caras bacanérrimos como o Karin Aïnouz. "O céu de Suely", dele, é ótimo. Que filme maravilhoso é "Amarelo manga" (de Claudio Assis). Gosto da Sandra Werneck, da Monique Gardenberg. E o Selton? Fiquei imaginando por onde ele andou para realizar um filme como "Feliz Natal" - diz Assunção, que estrelou apenas nove longas.

Leia a reportagem na íntegra na edição digital do Segundo Caderno deste domingo (apenas para assinantes).





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