Folha de S. Paulo
BRASÍLIA -- Um funcionário do Banco Central confessou anteontem ter matado dois moradores de rua em Brasília. O crime ocorreu na chamada praça do Índio, local em que há 12 anos o pataxó Galdino Jesus dos Santos foi morto por adolescentes.
O analista José Cândido do Amaral Filho, 48, tem dois filhos e uma enteada. Ficha limpa, salário de R$ 11 mil mensais, é aficionado por armas e assuntos militares. Tinha brevê de piloto, emitido em 1983, e uma coleção de armas e munição herdadas do pai, que já foi campeão paulista de tiro.
Da coleção saiu um revólver calibre 38, e do revólver três tiros que mataram, acertando a cabeça, os dois homens, Paulo Francisco de Oliveira Filho, 35, e Raulhei Fernandes Mangabeiro, 26. Ele não tinha porte de armas. Disse ter conseguido a arma do crime ao trocar com uma mais antiga.
O crime aconteceu na manhã de 19 de janeiro. Na noite anterior, Amaral disse à polícia que viu os dois moradores de rua trocando carícias, enquanto andava pela praça com os filhos. Sua casa fica a cerca de 200 metros do lugar, e a presença dos moradores de rua, segundo depoimento prestado à polícia, já o incomodava há algum tempo.
Amaral afirmou no depoimento que não conseguiu dormir à noite pensando nos "atos libidinosos" dos dois. O estopim do ataque teria sido o suposto roubo de uma tocha que tinha em seu jardim. "Depois disso, o sangue subiu à cabeça", disse em entrevista, segundo publicou o jornal "Correio Braziliense". "Queria limpar eles de lá", disse ele, ainda segundo a publicação.
Segundo o depoimento, Amaral foi à praça por volta das 6h30, com uma moto Falcon que tinha alugado, e matou os dois homens. Três dias depois, como despiste, registrou ocorrência simulando furto da moto. Por causa da ocorrência do furto, as pistas contra ele ficaram mais claras.
A defesa de Amaral confirma todas as declarações, e afirma que ele sofre de problemas psicológicos. Os advogados vão defender quadro de depressão e esquizofrenia no caso.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Analista do BC confessa que assassinou mendigos
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