Municípios do norte do Ceará, na região de Sobral, têm enfrentado um "surto" de tremores de terra nos últimos 15 meses. No período, ocorreram ao menos 1.800 abalos sísmicos nas cidades de Sobral, Alcântaras, Coreaú, Massapê e Meruoca, segundo a Defesa Civil do Estado. O mais recente aconteceu às 5h56 de ontem e atingiu 2,6 graus na escala Richter.
A maioria dos abalos sísmicos não é notada pela população e não chega a atingir um grau na escala. O máximo já registrado nessa escala foi 9,5 graus, em 1960, no Chile.
O tremor desta sexta-feira foi notado principalmente em Sobral e Alcântaras, mas, por conta da magnitude, pôde ser sentido em um raio de até 600 km, de acordo com o chefe do laboratório de sismologia da Defesa Civil do Ceará, Francisco Brandão Melo.
"Estamos em meio a uma atividade sísmica que com o tempo vai ocorrendo com menor frequência até cessar, mas que depois pode voltar. Como isso é recorrente, é possível dizer que onde aconteceu tremor de terra uma vez fatalmente acontecerá de novo. Só não dá para dizer quando", diz Melo.
O primeiro tremor de terra registrado no Ceará foi em 1807. Desde então, segundo Melo, 39 municípios cearenses já registraram ocorrências. O mais grave foi um de 4,3 graus, na região de Sobral, em maio de 2008. Ele foi sentido até em Fortaleza, a 238 km de distância. Na ocasião, casas desmoronaram, mas não houve vítimas.
Apesar da elevada quantidade de abalos na região, não há motivo para preocupação, porque eles não são considerados graves, diz o analista de sinais sísmicos do Observatório Sismológico da UnB (Universidade de Brasília), Daniel Caixeta.
"Há no Ceará e no Rio Grande do Norte microfalhas geológicas que ocasionam esses tremores. O problema é que se divulgarmos todos os abalos sísmicos que acontecem geraremos um alarme desnecessário. Só divulgamos os que são superiores a dois graus na escala Richter, que são os que a população costuma sentir", diz.
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