Ricardo Stuckert/PR
Em entrevista a cinco jornais italianos, Lula declarou:
1. "Depois de mim, quero que o Brasil seja governado por uma mulher”;
2. “A pessoa certa é Dilma Rousseff. Proporei ao PT indicá-la como candidata";
3. "Mas vencer não será fácil. Na política os cenários mudam rapidamente. E ainda faltam dois anos".
O presidente poderia ter acresentado mais uma trinca de frases. Coisas assim:
1. “Em um mandato e meio, mantive a estabilidade da moeda. Consegui isso porque reneguei teses do passado e resisti às pressões para retomá-las”;
2. “A crise financeira que nos infelicita exige um rigor fiscal que, por antipático, talvez dificulte a eleição da mulher de minha preferência”;
3. “A partir de 2009, talvez eu tenha que fazer, por pressão, coisas que não fiz por obrigação. Se tiver de optar entre a solidez da moeda e a eleição da Dilma, fico com a solidez da moeda”.
A eleição de 2010 será, desde 1989, a primeira disputa presidencial sem o nome de Lula na cédula.
Única palmeira do gramado petista, Lula indicará o nome que bem entender. Se optou por Dilma, será Dilma.
No afã de elegê-la, Lula pode ceder à tentação de jogar para a galera. Nesse caso, piscaria para a inflação e flertaria com o naufrágio.
Dono de um patrimônio político imensurável, Lula aproxima-se perigosamente da hora da decisão.
Apostando contra si próprio, Lula facilita a vida de Dilma. Mas envenena a própria administração.
Se Lula não apostar contra Lula, pode eleger ou não Dilma. Mas desce ao verbete da enciclopédia como presidente que pôs o país adiante do interesse eleitoral.
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