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quarta-feira, 9 de julho de 2008

Paramilitares já atuam em comunidades pobres de São Paulo



João Antonio Barros e Thiago Prado

Rio - Milícia tipo exportação. As investigações da Polícia Civil mostram que o projeto de explorar comunidades carentes está atravessando a divisa. O responsável pela expansão dos negócios é o soldado da PM Fabrício Fernandes Mirra, que já domina 18 favelas nas zonas Oeste e Norte do Rio. Segundo as informações que chegaram até os agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), o militar teria implantado em bairros pobres de cidades de São Paulo a segurança privada e o ‘gatonet’ (TV a cabo irregular).

Fabrício Mirra, lotado no Batalhão Ferroviário, foi flagrado em fevereiro numa conversa telefônica ordenando a tortura de moradores na Favela da Palmeirinha, em Guadalupe. Ele também é investigado de ter ligação com a interiorização das milícias no Rio de Janeiro. Como ele é natural da cidade de Pinheiral, vizinha de Volta Redonda, os agentes do Sul Fluminense tentam saber se ele estaria assessorando os grupos que têm vendido ilegalmente os sinais de TV a cabo e de satélite.

Só este ano, o delegado Paulo Passos, chefe da 9ª CRPI (Coordenadoria Regional de Polícia do Interior), já fechou 17 centrais clandestinas que distribuíam o sinal nos municípios de Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Piraí e Pinheiral. O esquema envolve 15 quadrilhas, que mantinham nada menos do que 30 mil “assinaturas” na região e obtinham um faturamento que chega a R$ 600 mil por mês. O delegado já levantou também que a tecnologia chegou ao pessoal do Sul Fluminense por quadrilhas de policiais que atuam no Rio e na Baixada Fluminense.

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