RIO - O movimento Rio Como Vamos elaborou um relatório (veja a íntegra do relatório no site Rio Como Vamos) com o objetivo de fornecer informações sobre a qualidade de vida do cidadão carioca, tanto em relação ao passado recente quanto em relação a outros municípios ou regiões brasileiras.
As informações são produzidas a partir de dados que já existem, mas que ainda não foram incorporados pelo cidadão comum no monitoramento e na cobrança por melhoria da sua qualidade de vida. O conceito de qualidade de vida certamente engloba uma gama de fatores e dificilmente poderíamos incorporar todos eles em nossas análises. Confira abaixo:
Segundo o relatório do Rio Como Vamos, para a análise da qualidade de vida de uma população, a saúde é um dos principais fatores a ser considerado. E, ela aparece, quase sempre, como uma das principais preocupações dos cariocas. O atendimento público dos serviços de saúde é, em geral, considerado de péssima qualidade. Seja pelas enormes filas nos postos de saúde e nos hospitais, ou pela falta de remédios básicos e equipamentos.
Os indicadores de saúde também deixam a desejar. As mortalidades infantil e materna ainda apresentam valores elevados. A incidência de doenças que reflete a baixa qualidade do atendimento dos hospitais, como a tuberculose, ainda está em padrões elevados, comparativamente. Estes indicadores refletem a baixa qualidade da saúde do município, apesar de os recursos aplicados nesta área, no Rio, serem relativamente altos. Logo, a saúde, é claramente uma área em que se pode obter importantes avanços com a simples melhora da gestão.
Confira os indicadores de saúde
O relatório do Rio Como Vamos mostra que, nos últimos anos, o Brasil se desenvolveu bastante naquilo que se refere à educação e essencialmente ao seu acesso. Baseando-se nos dados da Pnad, elaborada anualmente pelo IBGE, pode-se observar que o brasileiro, em geral, tem hoje um acesso à escola muito maior que há 10 anos atrás. Diminuiu-se o percentual de adultos analfabetos e o atraso escolar, enquanto aumentou-se o acesso aos ensinos fundamental, médio e superior.
Neste sentido, pode-se dizer que o acesso ao ensino melhorou muito, mas ainda não se pode dizer que ele é ideal, ao contrário, ao se observar um índice de qualidade do ensino fundamental elaborado pelo Inep vê-se que a educação brasileira ainda necessita de um intenso trabalho para aumentar sua qualidade. A seguir, serão avaliadas as séries históricas da taxa de analfabetismo adulto, do acesso aos ensinos fundamental, médio e superior, do atraso escolar das crianças referentes à Região Metropolitana do Rio de Janeiro e, também o Ideb de 2005 que se refere à cidade do Rio de Janeiro. Futuramente, pretende-se utilizar o Censo Escolar para avaliar a cidade do Rio de Janeiro mais de perto, observando maiores detalhes, inclusive analisando as desigualdades dos diferentes bairros naquilo que se refere à educação.
Confira os indicadores de educação
Segurança pública e violênciaDe acordo com o relatório, a questão da violência no município do Rio, tende a ser, há anos, a maior preocupação dos cariocas. Existe um sentimento na população de que a situação tem fugido crescentemente do controle das autoridades, apesar do fato de alguns indicadores estarem, na prática, melhorando nos últimos anos. Como é o caso, por exemplo, da taxa de homicídios, que é hoje menor que em meados dos 90. O município do Rio, em 2005, era a nona capital com maior taxa de homicídios doloso no Brasil. Cidades como Belo Horizonte, Curitiba e Recife têm taxas maiores e cidades como Porto Alegre, São Paulo e Brasília apresentam taxas menores, aliás, a capital federal foi a que apresentou o menor número de homicídios dolosos a cada 100 mil habitantes.
Confira os indicadores de segurança
Pobreza e desigualdade socialDe acordo com o relatório do Rio Como Vamos, a partir da análise de dados fornecidos pela Pnad, observa-se que ao longo de 10 anos o Brasil evoluiu bastante naquilo que se refere à pobreza e, principalmente, em relação à indigência. Observa-se em todas as regiões metropolitanas, uma tendência clara de queda destas variáveis a partir do ano de 2003.
Percentual de pobres - Pode-se observar que em relação à pobreza a Região Metropolitana do Rio de Janeiro obteve uma piora nos anos de 1997, mais tarde em 1999 e, finalmente, em 2003, alcançando, a partir deste momento, uma trajetória de três anos consecutivos de queda. Esse indicador, que basicamente caracteriza carência de renda, consegue finalizar o período de 10 anos como seu menor valor do período. O ano de 2003 é um ponto muito importante para se pensar na mudança da pobreza no Brasil. É a partir deste ano que se pode observar uma persistente queda no percentual de pobres em todo o país. No entanto, algumas regiões conseguiram aproveitar este momento com maior intensidade que a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Cinco regiões metropolitanas, entre as analisadas, conseguiram maior velocidade na queda durante este período. A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, por exemplo, ao longo dos 10 anos analisados, por seis vezes esteve em situação pior que a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, porém, esta região foi a que mais aproveitou o momento a partir de 2003. Em função de sua queda de quase 38%, quase 9 pontos percentuais a mais que da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, ela consegue alcançar em 2006 um percentual de pobres menor que a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Confira os indicadores de pobreza
Habitação e saneamentoPelo relatório do Rio Como Vamos, as favelas cariocas são sempre lembradas nas importantes discussões sobre a qualidade de vida no Rio de Janeiro. Nestas discussões, além da questão da violência, são levantadas questões como: as péssimas condições de moradia; a sujeira; o difícil acesso às ruas, pela ausência de pavimentação; entre outras.
Neste sentido, ao se discutir habitação e saneamento, as favelas são questão central. Os dados utilizados para o estudo desenvolvido nesta seção, são da Pnad, portanto, as considerações aqui feitas irão se referir às condições de moradia da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Estas condições são essencialmente, a densidade domiciliar, adequação dos domicílios e acesso a serviços públicos básicos, como: escoamento de esgoto; água canalizada; coleta de lixo e; energia elétrica.
Para uma avaliação das condições de moradia na cidade do Rio de Janeiro, o ideal é que se tivesse acesso a dados que permitissem comparações entre os diferentes bairros da cidade. Dessa maneira, as favelas, locais de piores condições de moradia, poderiam ser observadas mais de perto, o que permitiria um desenho de propostas de melhoria habitacional melhor localizado.
Confira os indicadores de habitação
Inclusão digitalA democratização da tecnologias da informação, tem aumentado bastante nos últimos anos no Brasil. Para este trabalho de democratização, a inclusão digital tem um importante papel, pois é ela que dará acesso à sociedade aos principais instrumentos de comunicação para uma sociedade moderna: computador, internet e telefone móvel.
Confira os indicadores de inclusão digital
Trabalho, emprego e rendaA taxa de desemprego da Região Metropolitana do Rio de Janeiro obteve aumento contínuo desde 1996 até 2001, ocorreu uma pequena queda em 2002, apresentando nova alta em 2003 e flutuando, a partir daí, em uma taxa de desemprego por volta de 12%. Entre os anos de 1996 e 2006 essa taxa aumentou mais de 44%, saindo de 8,34% para 12,04%, colocando a Região Metropolitana do Rio de Janeiro como a quarta região de maior desemprego do Brasil Metropolitano, ficando atrás somente para as regiões do Norte e Nordeste: Recife (15,43%), Belém (12,23%), Fortaleza (12,05%) e Salvador (16,50%).
A RRegião Metropolitana do Rio de Janeiro é de grande destaque em relação a este indicador, pois ela apresenta, nos 10 anos avaliados, isoladamente, a posição de maior crescimento do desemprego no Brasil metropolitano. Vale destacar ainda que entre os anos de 2005 e 2006, todas as regiões tiveram queda da taxa de desemprego, porém, somente Belém (-3,55) e Porto Alegre (-3,54) têm uma queda menor que a do Rio de Janeiro (-4,65). Neste sentido, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro se coloca em uma posição bastante ruim, por ter tido o maior aumento do desemprego nos últimos anos e a terceira menor queda do desemprego entre 2005 e 2006.
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